terça-feira, 16 de novembro de 2010

Parada Gay reúne 800 mil pessoas em Copacabana no Rio



Com o tema "Luta contra a Homofobia", o evento, que contou com 13 trios elétricos, arrastou uma animada multidão, que não se preocupou com o tempo e se divertiu em clima de paz e harmonia no trajeto que saiu do Posto 6 e foi até o Posto 2

A chuva fina não arrefeceu a animação das 800 mil pessoas, aproximadamente, segundo cálculo dos organizadores, que participaram da 15ª Parada do Orgulho LGBT, ao longo de quase toda a extensão da Avenida Atlântica, em Copacabana, no Rio de Janeiro, 14/11(Domingo). A parada, considerada a quinta maior do mundo, é realizada pelo Grupo Arco-Íris, pioneiro na luta pelos direitos dos gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, e tem apoio dos governos estadual e municipal, que enviaram seus representantes.


Ano após ano, a organização tenta aliar seu caráter festivo - que atrai muitas famílias, turistas e casais heterossexuais simpatizantes - com os discursos em defesa de direitos como a união civil entre pessoas do mesmo sexo e, este ano em particular, a aprovação, no Senado, do projeto de lei 122, que criminaliza a homofobia. "Dançar e beijar na boca é muito bom, mas não podemos esquecer de falar que a homofobia atinge a todos. Quando chamam o menino na escola de 'veadinho', a família toda é afetada, os amigos sofrem por tabela."

As intervenções feitas do púlpito lembraram também a violência física contra homossexuais. A cada dois dias, um brasileiro é assassinado por causa de sua opção sexual. A discriminação também é preocupante. Segundo pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo (FPA) no ano passado, 26% dos brasileiros admitem seu próprio preconceito.

Chamaram atenção na parada faixas com dizeres como "Sou gay, e pela graça de Deus sou o que sou" e "Homossexualidade - A Bíblia não condena" e alusões ao "obscurantismo que marcou as últimas eleições", no tocante à causa homossexual e da mulher.

O ativista Claudio Nascimento, desbravador da militância gay, lembrou das dificuldades que marcaram os primeiros anos da parada. "Eu tinha apenas 25 anos e vi que precisávamos mostrar que éramos muitos. Fomos à Prefeitura e eles não queriam deixar que a parada fosse em Copacabana, tinha que ficar escondida. Saímos de baixo do tapete."

Representando o governador Sérgio Cabral, que não pôde estar presente devido a um problema no joelho, o Secretário Estadual de Assistência Social, Ricardo Henriques, disse ser contrário à onda conservadora e obscurantista que não entende que o pais está avançando a passos largos.

-Essa festa é a demonstração de que o Rio de Janeiro é um dos maiores centros do mundo contra a intolerância, com uma política de paz, de amor e pela emancipação de todos - declarou.

Houve durante o percurso da parada vacinação contra a HEPATITE B e a distribuição de um milhão de camisinhas masculinas e femininas, além do incentivo à testagem voluntária anti-HIV, em três tendas espalhadas pela orla, que funcionaram das 9h até as 18h.

O Superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Cláudio Nascimento, destacou o apoio que o governo do Estado tem dado para o tema LGBT, ao abrir espaço na sociedade para o debate da cidadania e da diversidade. Ele chegou a considerar a Parada Gay uma grande campanha de utilidade pública contra o preconceito.

A 15ª Parada do Orgulho LGBT é patrocinada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, e pela Petrobras. Também conta com o apoio do Programa Estadual Rio Sem Homofobia, da secretarias estaduais de Cultura, de Saúde e Defesa Civil, além das secretarias municipais de Turismo (Riotur), Cultura e de Saúde e Defesa Civil.
Também estiveram presentes representantes da prefeitura e do governo Federal, como a deputada estadual Cida Diogo e o deputado federal Jean Wyllys.

Fonte:  ABN NEWS

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